Jogando com Um Stack Mediano ( Quais os moves certos para não perder mais fichas e ficar short no torneio )

Artigo escrito Originalmente por Allen Cunningham

Por razões óbvias, todos nós preferimos ter um stack médio do que ser um short stack. Mas existe uma vantagem em ter poucas fichas: as suas decisões são fáceis. Já com um stack médio, quase todas as decisões que você tiver que tomar serão complicadas e todos os movimentos lhe parecerão estranhos.

Um stack médio é definido quando você tem entre 30 e 40 big blinds, e aprender a jogar com esse número de fichas é absolutamente vital para o sucesso nos torneios. Na maioria deles você terá um stack daquele tamanho, do momento em que metade do field tiver sido eliminado até o momento da mesa final.

Isso quer dizer que você passará metade do seu torneio em uma posição onde todos os potes que irá jogar serão cruciais; e todas as decisões são complicadas. Você terá muitas fichas para abrir all in, da forma que faria se estivesse short stack, e, se você abrir com um raise padrão, já terá investido quase 10% do seu stack, colocando essas fichas sob risco. Então, você não pode jogar muito solto.

Assim, você deve manter a perspectiva dos fatos: se você jogar muito tigth, rapidamente você se encontrará como um dos shorts, devido ao rápido aumento das blinds e antes. Isso poderá, caso você encontre uma mesa cheia de jogadores agressivos: a tentação será de jogar ainda mais duro para não perder fichas, aumentando com mãos que terá que largar. É importante você se lembrar que existirão momentos em que você terá que correr riscos, pois as blinds e os antes que você ganha com seus raises poderão lhe manter vivo na mesa.

Focando puramente no desafio de jogar short stack em early position, meu conselho é que você deve, basicamente, jogar mãos em que esteja preparado para colocar todo o seu stack em jogo: Se tiver um par como TT ou maior, ou uma mão como AK, você deve querer acabar em ir all in. De idêntica forma você pode expandir o leque e incluir pares como 88 e 99, e mãos como AQ, AJs ou KQs, sendo essas últimas mãos as que você pode querer descartar, caso algum jogador sólido lhe aplique um re-raise.

Digamos que os blinds estão em 250/500, eu tenho 15.000 fichas e recebo JJ. Se aplico um raise padão de 1.500 fichas e um jogador em late position aumenta para 4.500, eu sigo em frente e coloco todas as minhas fichas na mesa, torcendo pelo melhor. Eu não tenho mais como jogar fora mãos como JJ, com essa quantidade de fichas.

Se ocorre a mesma situação e eu apenas recebo call do meu adversário em um flop que não em assuste - como um 974 rainbow -, vou apostar no flop e continuar apostando, aumentando ou dando check-raise, até que esteja de all in, não importando o que o meu adversário faça. Sem uma carta que me assuste, não há como fugir dessa mão. Você também não quer dar free cards quando o pote já está de bom tamanho e qualquer A ou K pode acabar com a jogada.

Uma exceção para o modo que acabei de explicar pode ocorrer caso eu esteja jogando contra um jogador muito agressivo. Eu tenho JJ, faço o raise padrão antes do flop e um jogador paga em late position. O flop vem com Q74 rainbow e, provavelmente, o meu par ainda deve ser a melhor mão. Então, tenho que arriscar e seguir na mão como se realmente fosse. Mas já que o meu adversário é agressivo, eu posso dar mesa, e caso ele aposte, posso aplicar um check-raise all in. Eu dei uma chance para que ele blefasse e, então, protegi a minha mão com esse aumento, caso seja um blefe mesmo. Isso geralmente funciona melhor do que uma continuation beat, que pode fazer com que ele não gaste mais nada e dê fold com mãos piores que o meu par. Essa jogada pode ser feita com AA, AQ e até com AK, como um blefe.

Jogar, das últimas posições, com um stack médio é algo completamente diferente. Você geralmente terá que lidar com um raise de um jogador que age primeiro e, caso venha em fold, a variedade de mãos que você abrir um re-raise é consideravelmente maior. Mas lembre-se: ao jogar de early position, utilize uma tática de tight-agressive, pois será certamente a melhor escolha. Tenha cuidado ao escolher mãos que jogará, mas, assim que a escolher, esteja preparado para empurrar todas as fichas para o meio da mesa.